Mãe (gata):
Ó gato, que é da sardinha
Que eu comprei ao Ti Contreiras
Por um ovo de galinha?
Não há gente como esta minha
Não há neste monte
Nem pode ser que se encontre
No reino de Portugal.
Foste ao cesto tirar pão
Deixasses estar a sardinha
Até lhe comeste a espinha
Ora vejam lá o glutão!
Filho (gato):
Tomara-me eu já casar
Que eu não aguento esta vida.
Já tenho a moça pedida
Pelo tio Domingos Pereira
E uma vez que ela me queira,
Eu fico descansadinho
Com as minhas “manitas” na algibeira.
Mãe (gata):
Ó meu grandecíssimo maroto!
Já tu me falas em casar?!
Ainda eu te não fiz a capa.
E não hás-de apanhar outra gata
Tão capaz de te estimar.